“É muita coisa pra lidar ao mesmo tempo.”
“Tenho que tocar muitos projetos juntos.”
“Quando sobra algum tempo, eu me ocupo com mais afazeres, seja do meu trabalho, seja da minha vida pessoal.”
É cada vez mais comum observar a velocidade e intensidade dos pensamentos que resultam em ações ininterruptas ao longo de um dia.
Não paramos para respirar 5 segundos.
Pulamos de reunião em reunião, de uma tarefa para outra e, ao final do dia, nem nos damos conta do volume de coisas que fazemos. Só sabemos que fizemos muito.
E, ao longo dos últimos anos a minha percepção sobre esse contexto tem aumentado muito.
Muito por conta de ter sofrido com esse comportamento de fazer mais e estar sempre ocupado mas também, muito porque um dos meus sabotadores internos ser o hiper-realizador.
Se você não conhece esse conceito de sabotadores internos, recomendo a leitura do livro Inteligência Positiva do Shirzad Chamine, onde ele apresenta 9 perfis de sabotadores que geram sombra para o nosso potencial máximo na vida.
Menciono o hiper-realizador não somente por ser um dos perfis que possuo uma tendência em alimentá-lo, mas também porque é um dos sabotadores que tenho visto mais crescer na sociedade que vivemos, a sociedade do fazer, a sociedade da sobrecarga, a Sociedade do Cansaço.
Nossas rotinas tem se tornado cada vez mais insanas e, por mais que você se organize e reorganize, mais e mais coisas chegam para que você dê conta.
Além disso, não somente o trabalho mas, sua vida fora dele te exige cada vez mais “performance de atleta”, nos dando a sensação que precisamos melhorar nossa velocidade e capacidade de resolver problemas.
Quando Chamine apresenta os sabotadores, ele deixa claro que se estiverem controlados, podem nos ajudar muito. O hiper-realizador, por exemplo, para mim, me ajuda a iniciar projetos, a gerar movimento intencional em sonhos e desejos que tenho. Porém, ao deixá-lo crescer de forma inconsciente, ele pode me transformar na pessoa que está ocupada 100% do dia e não tem tempo nem de ir no banheiro ou contemplar um pouco as pequenas e belas coisas da vida como a respiração ou um olhar para à minha volta.
Por isso é bom ficarmos atento como respondemos às demandas e impulsos do mundo. Porque o mundo não vai parar e se ordenar. Nós é que precisamos tomar uma decisão em relação à ele.
E, a melhor decisão é dizer mais não à correria e mais sim para o que é prioridade para nós.
Não é tarefa fácil, eu sei. Principalmente porque tudo parece prioridade.
Mas o que quero que reflita é: o que é prioridade pra você?
O que é prioridade para a sua vida?
O que é prioridade para sua carreira?
O que você realmente quer?
Essas perguntas são muito simples mas podem gerar uma profunda confusão nas nossas mentes no primeiro momento, porque nunca paramos para refletir 5 minutos sobre elas.
Então, depois da confusão, virá a clareza.
E é na clareza que você terá mais possibilidades de escolher melhor o que você faz e o que você não faz.
Acredite, clareza para saber o que você não deve fazer é onde mora sua produtividade.
Sabe identificar o que é distração frente aos seus objetivos e desejos é o que te tornará mais eficaz.
Como digo, nossa produtividade e o encontro do equilíbrio entre os diferentes papéis que temos na vida é um processo de longo prazo que passa por autoconhecimento e, depois, por entender quais capacidades e comportamentos você precisa buscar e desenvolver.
Não é uma dica ou outra. Não e uma ferramenta X ou Y.
É entender claramente o porque você faz o que você faz e o porquê você deixa de fazer ou de dizer SIM para coisas que, ao primeiro olhar, parecem incríveis.
Em um mundo abundante em informação e oportunidades, você pode tudo, mas nem tudo lhe convém.
Fique em paz.
Abs
Stenio